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Vortrag in Sao Paulo am 16. September 2015 auf der Konferenz Weisheit. Zur Archäologie eines vergessenen Wissens in Zusammenarbeit mit: Sesc-Sp, Freie Universität Berlin, Goetheinstitut Sao Paulo, Deutsches Wirtschafts-und Inovationshaus (DWIH). Nichtbrasilianische Vorträge simultan übersetzt.

deutscher Text



Corpos da sabedoria

A prudência de deixar que

as coisas aconteçam quando agimos juntos


 

A coruja e a sabedoria


Em silêncio, majestosa e tranquila, ela desliza pelo ar. Asas abertas, olhar atento. Aparentemente indiferente, ela fixa seu alvo no escuro, onde outros não conseguem enxergar. É a coruja, a companheira de Atenas, a deusa da sabedoria e da estratégia, que conduz os exércitos.


A coruja grega, de nome biológico Athene noctua, não é um animal sábio em si, pois não é nem mais inteligente nem mais prudente que outras aves. Para os gregos, é somente a representação da sabedoria por fazer lembrar aquilo que o ser humano associa à sabedoria: a calma, a serenidade, a leveza e a concentração − características que, muitas vezes, descrevem não só a coruja, mas também o observador atento.


O ser humano não pode voar. Ele tem os pés plantados no mundo. Aliás, ele próprio é mundo. No entanto, enquanto o mundo não humano, composto por pedras, plantas ou aves, nada sabe de si mesmo ou do mundo, o ser humano sabe do mundo, pois tem consciência, e conhece a si mesmo, já que tem autoconsciência. O homem se relaciona com o mundo e com si mesmo. Ele observa e percebe ambos. Sua capacidade de se nomear como ‘eu’ é única, pois só o ser humano detém essa certeza de ser Eu, sujeito, aquele que age.


Seu cérebro recebe impulsos do mundo exterior e interior, comunicando-se também consigo mesmo. Sua autorreferência origina-se da comunicação interna entre seus neurônios − e isso é algo que ele só consegue pressentir. Por outro lado, ele é capaz de vivenciar o mundo exterior e sentir seu mundo interior.


Em um processo de bilhões de anos, a evolução coletou conhecimento e habilidades relacionadas aos padrões do mundo vivo, refinando e armazenando essa informação nos genes de organismos cada vez mais complexos. A evolução equipou bem os seres vivos, para que pudessem aproveitar seu conhecimento biológico-histórico em prol da manutenção e do desenvolvimento da vida.


Dessa forma, o ser humano – em permanente troca com o mundo – é um ponto de encontro de contínuos estímulos, externos e internos, que são combinados para formar oxigênio, sangue e células; músculos, órgãos e esqueleto; mente e alma; comportamento e ações, criando, assim, um ente único: o ser humano.


O cérebro registra e processa bem mais do que aquilo que o ser humano percebe conscientemente, pois raciocínio e sentimento só conseguem acessar uma pequena área do conhecimento. Sistemas autônomos, como o da respiração, da circulação sanguínea, da digestão, dos processos biológicos profundos e o batimento cardíaco, funcionam sem jamais chegar ao nível de consciência.


A sabedoria é uma possibilidade de ter acesso a processos inconscientes por meio do conhecimento, da vivência, de sensações e de conclusões coerentes.


 


Abertura para a liberdade


 


Pensar e deliberar exigem espaço de manobra, ou seja, espaço livre e tempo. Se um estímulo leva sempre à mesma reação imediata, não existe nesse processo nem pensar nem sabedoria. O propósito − e a vantagem − dos instintos é que eles permitem agir de forma automática, precisa e ágil.


A evolução sempre experimenta algo novo e introduziu uma possibilidade entre o estímulo e a reação. A possibilidade de se adiar a reação a um estímulo. Isso criou um intervalo temporal: um intervalo de possibilidade, um intervalo simbólico. Trata-se de um intervalo para pensar, marcado por intensa atividade: nele é possível refletir, decidir, descartar ações, preparar ações e até sonhar acordado.


Entre o estímulo e a reação, a liberdade do ser humano é despertada. Consuma-se, então, a percepção consciente do passado, presente e futuro. A evolução diferenciou o ser humano, transformando uma parte de seus instintos em sensações e pensamentos. A conscientização permite um segundo adiamento da reação a estímulos: não mais evolucionário-fisiológico, mas determinado pela cultura. Com educação, dança, esportes, exercícios respiratórios e controle dos sentidos, o ser humano pode cultivar a si próprio. Discípulos iniciantes e alunos primários são treinados a expandir esse intervalo de tempo extraordinário. Todas as disciplinas, como escrever, fazer contas de cabeça ou exercícios para o controle dos sentidos, servem a esse propósito.


Aqui entra em cena, então, a sabedoria. Pois não é somente uma questão de se expandir o intervalo de tempo: é preciso aceitar e suportar esse intervalo alongado.


Já no século XIII, o poeta persa Rumi escreve que, entre estímulo e reação, há um espaço, e que só em tal espaço podem existir o encontro, a cura e a evolução. No sentido contrário, uma abertura existente entre estímulo e reação pode voltar a se fechar em algumas situações, como quando certas ações conscientes tornam-se simplesmente habituais.


Gregory Bateson[1] comenta que não há organismo que possa se dar ao luxo de fazer, de forma deliberada, o que já faz sem ter de pensar. Os hábitos, portanto, podem ser costumes pessoais ou esquemas sociais de estímulo-reação. Tais esquemas aceleram as ações, funcionando como instintos: sem reflexão, de forma automática, precisa e rápida. Esse é seu propósito e sua vantagem.


Quebrar um hábito pode ser difícil. Sabedoria implica exatamente em perceber quando é preciso abandonar antigos costumes e hábitos para poder continuar em movimento, ou seja, vivo.


Atenção: respiração e musculatura


A enorme produção de coisas levou o mundo a um estado crítico, do ponto de vista ecológico e social, e serão necessárias muita dedicação e sabedoria para superar a situação, visando minimizar os danos. As competências do corpo (inconscientes) e o conhecimento (consciente) sobre a vida pessoal e social devem ser combinadas. Essa interconexão inerente ao ser humano foi prejudicada pelo uso intensivo da tecnologia e pelo estilo de vida puramente racional, e quem sofre com isso é a qualidade da respiração e da musculatura.


Em conjunto, respiração e musculatura dão forma ao ser humano em fase de crescimento, além de exercerem forte influência sobre as sensações, os sentidos e o bem-estar geral. Como a respiração das pessoas em sociedades altamente desenvolvidas é geralmente rápida e superficial, e sua musculatura, rígida e tensa, surgem deficiências, como défices de motivação, discernimento e serenidade. Isso, por sua vez, impede a sintonia entre mente e sentidos, e prejudica a capacidade de agir com sabedoria. Quando conhecimento e sensações agem isolados entre si, os sentidos se embotam. Em culturas asiáticas, há mais de 2.500 anos, a respiração e a musculatura são objeto de atenção e elementos de uma antiga tradição de sabedoria, como os exercícios de movimentos do Tai Chi Chuan no Taoismo; o controle e o direcionamento da respiração na ioga; e o trabalho envolvendo respiração e músculos das meditações no budismo. Todos eles reconhecem e aproveitam a estreita relação entre mente e sensações, e usam seu potencial em exercícios ascéticos.


No mundo ocidental, o saber adquirido sobre a respiração aparece ligado à pneuma, ao éter e ao espírito − mente e alma, sopro, alento. Com a ideia de separação entre corpo, mente e alma introduzida por René Descartes[2], o pensamento racional-científico prevalece. O estudo da relação geral entre respiração, musculatura e pensamento é empurrado para segundo plano.


Somente no começo do século XX, o tema será retomado por Elsa Gindler[3], Heinrich Jacoby[4] e outros, levando ao desenvolvimento de uma terapia sensorial moderna. O trabalho de Gindler foi posteriormente chamado por Charlotte Selver[5] de sensory awareness (conscientização sensorial, em português), que ela define como cultivar a percepção, a consciência e a sutileza das sensações que nos chegam por meio dos sentidos. Esses processos despertam e fortalecem nossas energias interiores e nos ajudam a estar presentes, característica essencial da sabedoria.


O conhecimento sobre o papel da musculatura nas culturas ocidentais surge bem mais tarde. A partir de suas próprias experiências, em meados do século XX, Mosche Feldenkrais[6] e Friedrich Alexander[7] atribuem a influência direta sobre a plena consciência à função e à ação da musculatura, e ainda reconhecem que, se esta não for usada, atrofia-se.


No entanto, não seria sábio optar por uma simples terapia respiratória ou treinamento muscular. Somente a prática conjunta de ambas pode preservar ou recuperar a mobilidade e a postura correta. É preciso trabalhar de forma consciente tanto a respiração como a musculatura, para aprender a ouvir seu interior, desenvolver a sensibilidade e poder sondar como anda seu próprio bem-estar.


Sabedoria prática


Mitos ajudam os seres humanos a pararem por um momento, ouvirem seu interior e levarem sua vida de acordo com si mesmos. Cada cultura tem seu livro de sabedoria e, com ele, sua própria sabedoria. Quer escritos ou orais, mitos preservam a sabedoria, como nas máximas de vida de Ptahhotep[8], na Epopeia de Gilgamesh[9], nos Upanixades[10], no Tao Te Ching[11], no livro da sabedoria de Salomão[12], no Hávamál da Edda Poética[13] ou nas canções orais dos aborígines australianos. Todos eles trazem uma prática específica característica da respectiva cultura e fazem da sabedoria um fenômeno no qual os parâmetros físico e espiritual se combinam em perfeita harmonia.


Em todos eles − koans e I Ching, oráculo de Delfos, Chindogus e songlines aborígenes –, são superadas barreiras que não são expressas na pergunta em si, mas que estão presentes na mente de quem pergunta. Koans são tarefas de meditação, curtas e paradoxais. Perguntas que o mestre Zen faz a seus discípulos em forma de charadas, fórmulas mágicas e mantras, cuja solução só pode ser encontrada de forma intuitiva. A mente é estimulada a pensar, mas também a reconhecer que os problemas da vida nem sempre podem ser resolvidos usando apenas processos intelectuais. As tarefas paradoxais levam o discípulo aos limites de seu pensamento. Por exemplo: o mestre Daoxin pergunta a um discípulo “o que você sabe com certeza?”. As respostas mais respeitadas não parecem lógicas. Um monge pergunta ao velho Tozan: “o que é Buda?”; e a resposta que recebe é: “um quilo e meio de linho”. A sabedoria aqui está na intuição de que, na cultura do budismo, a combinação do que faz sentido com o que não faz o menor sentido pode levar a descobertas significativas e a uma importante prática: a Iluminação.


O I Ching[14] é um livro de sabedoria prática contendo textos indefinidos. Quem busca respostas formula sua pergunta e joga varetas de mil-folhas para cima. Seguindo o arranjo que as varetas formam ao cair, a pessoa deve desenhar um esquema de seis partes, formado por traços inteiros e parciais, que leva a um desses textos indefinidos. Para chegar à resposta, é preciso saber combinar o texto indefinido com sua situação concreta. A sabedoria reside na tensão entre o texto indefinido e uma interpretação definida.


Em resposta a uma pergunta feita ao oráculo de Delfos, a sábia pitonisa murmura algo incompreensível. O murmúrio e os sons indistintos precisam ser traduzidos e interpretados para que se chegue a uma resposta e a uma ação correspondente. A crença no oráculo, cujo murmúrio viria de forças celestiais, traz extraordinária certeza e força, como mostra a vitória obtida pelos atenienses em desvantagem, que conseguiram derrotar os poderosos persas após terem consultado o oráculo três vezes. Entre as palavras incompreensíveis e uma interpretação que faz sentido, está a sabedoria.


Um Chindogu parece um objeto útil, mas tem funções inúteis – representa o espírito da anarquia. Chindogus advertem sobre o que é falho ou inadequado na vida diária, destacando tais deficiências e criando tantas outras que se tornam supérfluos. Eles oferecem uma solução sem sentido para um problema que, até então, nem existia. Segundo Kenji Kawakami[15], estudioso da teoria, o Chindogu seria uma crítica à visão materialista da civilização e poderia mostrar que, com menos objetos diários, é possível ser mais livre. A ocupação com Chindogus pode levar a uma nova forma de se relacionar com coisas materiais. Assim, eles assumiriam uma função útil, que consistiria em lançar um olhar crítico, sábio e bem-humorado às coisas criadas pelo ser humano. Por outro lado, os Chindogus só trazem alegrias e ensinamentos àqueles que os levam a sério. Os aborígenes australianos usam canções, as chamadas songlines, para se orientarem no território. As canções se referem à paisagem: montanhas, rios, florestas e lagos são registrados como se fosse um mapa. O ouvir e o som do vento, o caminhar e o terreno sob os pés, a canção e a mensagem cósmica: tudo está unido, pois tudo é o mesmo. As sensações evocadas pelas canções que as crianças praticam desde muito jovens são tão precisas que a paisagem corresponde exatamente à canção, e a songline é capaz de guiar os caminhantes com segurança.


Sabedoria significa também presença dos sentidos. Uma criança joga um anel para o alto, as outras tentam jogar pedrinhas através dele. Ao final, cada criança sabe exatamente onde caiu sua pedra sem precisar procurar. As sensações evocadas pelas canções de sabedoria devem ser praticadas em jogos, para que os sentidos possam familiarizar-se com as coisas.


Não é possível fixar os mitos de forma racional. Exatamente por esse motivo, os mitos são gerais e indefinidos, pois deve ser possível compreendê-los e interpretá-los mesmo quando as condições do mundo se transformam. Se fossem racionalizados, passariam a ser atribuídos a um tempo e um espaço concretos, ficariam atrelados a uma ideologia e perderiam sua utilidade. Mitos, rituais, koans, otáculos e songlines deixariam de ter validade universal e aplicação prática geral.


A filosofia


É possível adquirir o conhecimento necessário para poder agir de forma adequada. Um bom ponto de partida pode ser o estudo da filosofia.


Filosofia e sabedoria trazem em seu bojo uma discrepância: a distância entre discurso e prática. Por ser uma disciplina discursiva, é natural que se questione a aplicabilidade da filosofia na prática. Ainda mais: questiona-se sua relevância para a comunidade e até se existe uma relação lógica e plausível entre discurso e prática.


A filosofia é uma ciência discursiva na qual o filósofo busca entendimento e sabedoria. No entanto, se houvesse uma prática diretamente associada à sabedoria, a filosofia, como ‘amor à sabedoria’, não seria a ciência mais adequada para investigá-la. Por outro lado, belas ideias, pensamentos inteligentes ou teorias plausíveis, como fenômenos puramente intelectuais, também não significam sabedoria − ela deve estar em algum ponto entre ambas: entre discurso e prática, entre corpo e alma, entre ignorância e conhecimento.


A sabedoria é uma ecologia do amor. Em grego, sabedoria é sofia, e o amor a ela é a filosofia. A filosofia se divide em dois ramos: de um lado, está a história dos filósofos e de suas ideias; de outro, a filosofia como pensar por si próprio, refletir, buscar, meditar. São duas áreas distintas, mas mutuamente condicionantes. Para poder apreciar a matéria e cumprir plenamente o que ela exige, é preciso gostar das duas linhas.


Como matéria de estudo, a filosofia é alvo constante de críticas, pois não produziria descobertas ou conhecimento. Sua inutilidade, sua distância da vida prática e suas incertezas representariam um verdadeiro escândalo, o qual, por sua vez, não é mais que uma ilusão, induzida pelo pensamento científico. Na verdade, a própria ciência tem sua origem na filosofia. Os pré-socráticos buscam a matéria primordial do mundo. Pitágoras deu seguimento à pesquisa, com a matemática e mística, Sócrates, com a educação e ética, e Arquimédes, com a física e astronomia.


As disciplinas científicas de hoje foram disciplinas filosóficas no passado. Quando uma ciência se diferenciava e desenvolvia a ponto de se tornar por demais especial e abrangente, era criada uma nova disciplina, que passava a formular suas próprias teorias, métodos e currículos. Podemos dizer, portanto, que todas as ciências têm sua origem nas descobertas da filosofia.


Prudência


Quando o assunto é filosofia, sabedoria ou ação adequada, a prudência constrói uma ponte entre o discurso e a prática. Trata-se de uma habilidade cognitiva e da capacidade de avaliar bem as situações.


Prudência significa observar e estar alerta − mas não significa esperteza, pois decisões prudentes também envolvem critérios éticos. Os gregos da Antiguidade combinam na prudência os elementos da razão e os órgãos dos sentidos, usando a palavra phrein para o centro do ser humano (phrein significa aguçar os sentidos e descobrir). Com isso, são requeridas habilidades superiores (do âmbito cognitivo) e inferiores (do âmbito sensitivo). Phronesis significa prudência e engloba tanto a inteligência intelectual, como a corporal.


Para Platão[16], a prudência é uma das quatro virtudes cardeais, à qual ele atribui os elementos ponderação, autoconhecimento, serenidade e compreensão. Aristóteles[17], por outro lado, vê nela uma virtude da razão, como um discernimento moral-prático: prudência é buscar uma vida de bem dentro do contexto de um todo. É o melhor que se pode atingido por meio de ações práticas e, portanto, pela capacidade de se auto-orientar.


A prudência pode estar relacionada a um único acontecimento ou a situações gerais. Aquele que é prudente aconselha a si próprio em uma situação; ele pondera, percebe a especificidade da situação e decide como agir com base nela. Se fez tudo certo, agiu de forma prudente.


No entanto, não é preciso ser capaz de agir com prudência em todas as situações da vida. Isso porque a prudência se refere a situações isoladas, enquanto o todo da existência já pertence à esfera da sabedoria. Desse modo, a prudência poderia ser definida como uma orientação ou alusão à sabedoria, ou uma sabedoria prática combinada ao conhecimento de fundamentos gerais, algo revelado somente em uma situação concreta − que não cria por si só um metaplano como a sabedoria, a qual está relacionada a levar uma vida de bem.


Um ditado popular alemão que fica entre a prudência e sabedoria diz que “se você quer secar o riacho, não deve consultar os sapos”. Uma ótima metáfora, muito pertinente, e que, na verdade, tem mais a ver com prudência, por ser uma percepção relacionada à vida prática, que serve como base para uma ação bem-sucedida.


Sabedoria


A postura básica da sabedoria é a responsabilidade sem moral. Aí reside seu grande potencial, pois ela não faz juízo de valor, não censura e se abstém de mandamentos ou proibições.


Ao dispensar ideologia, religião, partido ou visão de mundo, a sabedoria pode ser entendida por pessoas de todas as culturas, crenças e visões de mundo, desde que guarde uma afinidade com a sabedoria. Esta, por seu turno, implica profunda compreensão da vida pessoal do ser humano. Trata de seus sonhos e necessidades, de sua ligação com a cultura, bem como de seu medo da perda e da morte. Ao mesmo tempo, a sabedoria é uma profunda compreensão de acontecimentos impessoais e gerais. Nesse sentido, a sabedoria trata de origem, transformação, sentido e final da vida.


O sábio entende como ninguém sua própria natureza e a natureza do mundo. Como ambas as naturezas funcionam sem moral, o sábio não precisa seguir os costumes e ditames de qualquer cultura. Nas palavras de Lao Tsé[18], “o sábio não tem regras”.


O olhar claro e esclarecedor sobre a essência de um fenômeno é o olhar de um sábio, o qual atravessa objetos, situações e comportamentos. Portanto, no cerne da sabedoria está a simplicidade. Tal olhar se fixa no conhecimento arcaico do ser humano, naquilo que jamais deixou de ser válido, apesar das vicissitudes do tempo e da crescente complexidade: aludimos aqui à perene necessidade de segurança, comunicação, espiritualidade e amor.


Sabedoria é ordem; contém uma estrutura como a da música, como um acorde que combina experiência e razão, socialidade e sensibilidade. Ela requer três elementos: o sábio, a sabedoria, e aquele que recebe a sabedoria. Sem receptor não há sabedoria.


“É perigoso atravessar um precipício dando dois saltos”, Confúcio falava ao descrever a ordem do impossível − já que um abismo e dois saltos não combinam. A frase recomenda que se aja em sintonia com a ordem na natureza, pois, somente assim, o agir será adequado e sábio.


Sabedoria é ainda maturidade. Ao aperfeiçoar as forças do corpo, da mente e das emoções, o ser humano pode chegar à responsabilidade e à sabedoria. Para tal, é preciso combinar conhecimento e empatia, disciplina e observação; estar sempre atento aos sentidos, aguçar a sensibilidade e exercitar a mente. Assim, falar de um ‘jovem sábio’ é uma contradição. O jovem se perderia na diversidade dos acordes.


O sábio chinês Menzius[19], no entanto, reduz essa diversidade ao dizer que “é possível agir como um grande ser humano”. A frase acerta em cheio. Porém, seria banal se ele tivesse dito “como um bom ser humano”. Não sabemos exatamente o que a palavra “grande” significa no contexto, mas entendemos perfeitamente seu sentido. É justamente por ser tão vaga que a frase de Menzius é sábia.


A sabedoria é assim: uma postura que contém possibilidades, faz propostas, sugere ações e parece apontar muito vagamente em uma direção, para, então, acertar o alvo de forma clara, precisa e segura. Ela também sempre visa a um bem − em especial, o bem-estar da pessoa e o bem da comunidade. Por isso, trata-se de um fenômeno do campo da ética, mas sem regras ou mandamentos.


A sabedoria nos toca. Quando o ser humano se emociona, sente-se tocado por uma melodia, um perfume, ou um dito sábio; ele é impactado por outro ser, que toca seu próprio ser. Cria-se uma ressonância entre ser e ser. Quando o ser humano se sente tocado, ele está bem e em um plano superior ao da vida diária: é a perfeita união com o mundo naquele momento.


Sabedorias se revelam em pensamentos e imagens, posturas e ações. Podem encorajar, ajudar e motivar. Manifestam-se mais claramente em situações extremas, como no reconhecimento de nossa predisposição ao erro, à ilusão, ou na capacidade de questionar o que é habitual e óbvio, oferecendo alternativas, por meio de julgamentos muito precisos.


A sabedoria exige, portanto, o conhecimento, a atenção aos sentidos e as conclusões coerentes. Mesmo com a autocrítica que a acompanha, seria sábio não descuidar de sua própria resistência: a sabedoria eleva o nível de bem-estar, que, por sua vez, serve de base para o comportamento responsável perante os outros.


Todos os seres humanos são sábios em potencial. Toda célula viva teve origem em outra célula viva, que descendeu de outra célula viva, que nasceu de outra célula viva, e assim por diante. Desse modo, cada célula viva do corpo humano pode ser rastreada até uma das primeiras células vivas originais. Os organismos unicelulares precisaram de 2,7 bilhões de anos para aprenderem a se ligar a outras células, formando organismos pluricelulares. Depois, tudo se acelerou.


No começo, eram poucas células ligadas entre si. Mais tarde, elas já conseguiam se conectar a milhões, bilhões e trilhões de outras células, ou seja, aprenderam a cooperar. Como cada uma dessas células tem sua própria estrutura genética e funciona de forma independente, é preciso que esses trilhões de células independentes consigam se comunicar, como em uma organização social para formar o sistema altamente complexo que é o ser humano.


Tal qual cada célula armazena sua experiência e a transmite, também o total das células armazena sua experiência e a transmite. Bruce Lipton[20] defende que o ser humano é uma “comunidade cooperativa de 50 trilhões de sócios unicelulares”. Isso significa que o ser humano não pode jamais ser ignorante, desprovido de conhecimento.


A colocação de Sócrates[21] (“só sei que nada sei”) e a lapidar frase de Montaigne[22] (“que sei eu?”) são fórmulas retóricas, já que ambos sabem muito − e eles próprios sabem disso. O ser humano pode não saber tudo, mas também não pode saber nada. Há, em todas as criaturas vivas, uma sabedoria profundamente ancorada, esperando para ser acordada, e somente o ser humano pode despertá-la e passar a ter consciência dela.


Doenças e emoções, como medo e temor do desconhecido, são limitações que nos motivam a agir com sabedoria. Limites são desafios, e o maior de todos é a morte, um limite absoluto – mas é apenas ilusão e ambivalência. Para entender a morte, é preciso trazê-la para a vida, viver a vida e a morte.


Quem age com sabedoria não teme limites ou despedidas, e não foge da morte. Ao contrário, paira acima da morte e se preserva de várias formas. Pode perder sua unidade, mas continua vivo do ponto de vista biológico e cultural em seus descendentes, em obras de arte ou trabalhos científicos, em atos políticos ou invenções, na memória de outros ou nas marcas concretas que deixa, que são as pedras quebradas, o lixo gerado, as trilhas caminhadas.


Isso não significa que a morte seja menos importante, já que a unidade – o ser humano como um todo – é ponto de referência para outros. Daí que o verdadeiro desafio é lidar com a morte das pessoas que nos são próximas, vê-las morrendo, despedir-se delas. Seria sábio, portanto, aprender a lidar com a despedida, o que exige a capacidade de se desapegar 


Sabedoria e sentidos


A sabedoria está ancorada nos sentidos. É a memória de toda a cadeia dos vertebrados, que também já começa no plano microscópico, ou seja, nas células, que são tão cheias de energia e capacidades. Até mesmo organismos unicelulares, como amebas, têm algum sentido, ainda que em forma rudimentar, como reflexos.


As sensações começam com movimentos de busca, como a busca por comida e por rotas de fuga. Amebas caçam outras amebas e as devoram. Sua luta e fuga indicam a capacidade de perceber diferenças: elas reconhecem outro organismo unicelular, como se a ameba caçadora tivesse algum entendimento de si própria e da ameba em fuga. Ao microscópio, é possível seguir uma caçada de aproximadamente 10 minutos. A ameba fugitiva deixa um rastro seguido pela outra ameba. A percepção desse rastro é o primeiro sentido. O sucesso de uma e o fracasso da outra passam a ser parte da evolução e do desenvolvimento de futuras gerações de amebas.


No caso de animais mais desenvolvidos, chamamos esses sentidos mais evoluídos de faro, de farejar, ou olfato, ou dizemos que se sente o cheiro. Um controle fisiológico inicialmente restrito a uma célula específica (a célula nervosa) veio introduzir um pouco de inteligência nos seres vivos.


Nos seres humanos, sentidos e sensações nos remetem à sensibilidade, à intuição, à premonição, ao instinto e à espontaneidade. Esse ‘algo me diz’, que não pode ser localizado ou medido, é resultado de um todo – de uma integral, que soma todos os pensamentos, as lembranças e as sensações obtidas por meio dos sentidos. A sensibilidade passa a ser um órgão metassensorial.


O ser humano sente quando é hora de a razão abrir mão do controle. Isso não é irracional, mas resultado de toda a experiência evolutiva armazenada: é confiável e seguro. Por ser depositário dessa memória de experiência acumulada, cada ser humano tem o potencial de ser um conhecedor. No ser humano, o sentir e o saber trabalham juntos, seja caçando para sobreviver, detectando perigos ou ainda buscando uma vida digna.


O sentir e os caminhos sábios


Prudência, filosofia e sabedoria requerem trilhas e caminhos. Requerem mais do que isso: elas exigem métodos.


Métodos surgem a partir de caminhos já percorridos: meta (pós) e hodos (caminhos) formam a palavra “métodos”. O mundo marcado pela tecnologia soterra essas trilhas e caminhos, ou os oculta. Por sua fixação em espaço, tempo e medições, bem como por seu descaso pela sensibilidade e afetividade humanas, as ciências são incapazes de produzir sabedoria, já que a preocupação com a existência humana não tem uma data que possa ser comprovada cientificamente.


A situação mundial hoje é uma crise aberta e, para enfrentá-la, decisões sábias devem ser tomadas. Em tempos de globalização, culturas diferentes se veem frente a frente, por conta de relações comerciais, dos esportes, da ciência, da migração e do turismo, sendo muitas vezes até obrigadas a dividir espaços em função de guerras e da extrema pobreza – e, nesses encontros, a tolerância mútua não surge naturalmente.


A tecnologia pervasiva e a redução de todas as áreas da vida à mera visão econômica restringem seriamente a capacidade sensorial do ser humano no momento de avaliar uma situação. Se reconhecemos um abalo na harmonia entre mente e sentidos, mais do que nunca é preciso que indivíduos, empresas, política, arte e ciência ajam com sabedoria.


O ser humano precisa aprender a aceitar o outro, um estranho que se aproxima de forma aparentemente ameaçadora. Quem guarda ressentimentos, odeia, inveja ou despreza não é capaz de agir com sabedoria. Isso significa que parte da sabedoria está em evitar ser radical, tolerar a ambiguidade e cultivar a resistência e a resiliência, entre outros pontos.


A resiliência corporativa – compliance – é o elemento correspondente no mundo dos negócios. Compliance serve para garantir a segurança e a reputação da organização, pois leva a agir com maturidade, ou seja, a dirigir a empresa de forma responsável e a tratar os funcionários de forma justa.


Um consultor de empresas, por exemplo, tenta promover relações comerciais justas e pacíficas. Seu foco está no que não aparece no balanço contábil. As empresas que aceitam essa ideia agem de forma sábia interna e externamente e transformam o trabalho econômico em trabalho ecológico.


Na política, a sabedoria sugere que é preciso integrar pacificamente o mundo. Como o indivíduo é a menor célula da comunidade, sua resiliência também é responsável pelo sucesso da cooperação. Tudo depende de gerenciar os limites de nossa possibilidade de ação.


A ação política é sempre um risco assumido entre liberdade e limites ou, se preferir, entre legislar e permitir, visando ao bem do indivíduo e do todo. Um grande exemplo pode ser dado pela prática encontrada em um povo nativo dos Andes. Quando um membro da tribo rouba ou mata alguém, todos se agacham ao seu redor e pedem que ele explique o que o levou a cometer tal ato, e como a tribo contribuiu para que isso acontecesse. Faz-se assim a prática de comunicação sem violência, na qual não se busca identificar de quem é a culpa (passado), mas numa perspectiva para a comunidade (futuro). Na comunicação sem violência, bem como na ação sábia, todos os participantes assumem a responsabilidade por seu comportamento.


Organizações de ajuda humanitária, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), já trabalham nessa direção. Tudo o que se relaciona com a sabedoria está em seu nome – “E” de educação, “S” de science (ciência em inglês) e “C” de cultura. O mesmo vale para organizações sem fins lucrativos, como a Fundación para la Aplicación y Enseñanza de las Ciencias (Fundaec) e o Clube de Budapeste, pessoas como o indiano Ashok Khosla e o brasileiro Rodrigo Baggio, redes como a TEDTalks e Utopia, que reúnem consumidores como Lohas Stores e Slow Food, organizações sociais como o hospital oftalmológico Aravind Eye Hospital e Riders for Health.


A arte também desempenha um papel importante na ação guiada pela sabedoria. Ela não trabalha com conceitos, mas com imagens, como nas artes plásticas, ou com metáforas e figuras de linguagem, como na literatura. Ossip Mandelstam[23] diz que “a maior honra para um artista é fazer com que aqueles que pensam ou sentem de forma diferente dele passem à ação”. Isso é possível com imagens e símbolos.


A arte não tem a obrigação (ou a possibilidade) de mostrar de forma direta o mundo mensurável e ordenado, o que não significa que ela não possa transmitir coisas interessantes e verdadeiras sobre ele. Ela pode usar como tema aquilo que escapa à linguagem, materialidade e lógica, e revelar, apresentar ou inventar outros mundos ao invadir os bastidores do mundo concreto. A arte é a sábia representação dos mundos percebida pela sensibilidade.


Disciplinas que se dedicam à mente, como psicologia, história, pedagogia, medicina, filosofia e história da arte, entre outras, desenvolveram caminhos de sabedoria, além de ideias como tolerância à ambiguidade, capacidade negativa, comunicação sem violência, salutogênese, absorção da insegurança e epoché[24]. Em comum, todas elas tratam da preocupação do ser humano com seus semelhantes, sem deixar de considerar os aspectos negativos.


A pirâmide de necessidades de Maslow[25] mostra bem o que está por trás da preocupação com si mesmo e com os outros, ou seja, atender as necessidades físicas, emocionais e intelectuais. Elas parecem muito simples e óbvias, e foram desde sempre a força motora para a sociedade e suas regras.


A ciência sábia nos leva a trilhar o caminho da simplicidade, como a absorção da insegurança de Niklas Luhmann[26], que diz que decisões devem ser tomadas de forma a permitirem que outras decisões possam ser levadas a cabo no futuro; como a tolerância à ambiguidade, que mostra que o pensamento radical não leva ao entendimento ou à comunicação conciliadora; ou como a epoché fenomenológica de Edmund Husserl[27], que sugere evitar julgamentos até que algo seja provado.


Mito e sabedoria


O mundo moderno dificulta de várias maneiras que o ser humano aja sabiamente. De um lado muito concreto, a tecnologia e o estilo de vida puramente racional distanciam o indivíduo de seus instrumentos de orientação mais espontâneos, que são os sentidos. Do lado das ideias, o obstáculo é a primazia da racionalidade como único paradigma de conhecimento e verdade.


No entanto, o ser humano pressente que, sem seus sentidos e sensações – cuja importância a vida lhe mostra continuamente –, não é possível tomar decisões que levem a uma vida de prudência e sabedoria − pois tais decisões dependem também do funcionamento dos sentidos e de ações rápidas e espontâneas. Trabalhar a sabedoria pode significar ter de se debruçar sobre mitos, explorar sua sabedoria, e reconhecer que não se trata de fantasias, mas de conhecimento arcaico e pré-moderno.


Conhecimento e sabedoria são derrotados pela história, inclusive o conhecimento e a sabedoria dos mitos. Alguns mitos podem se manter por longo tempo, mas podem não valer para sempre. Quando vemos o mito em seu contexto histórico, conseguimos entender as verdades que ele contém, mesmo que o mito em si tenha perdido muito de sua importância. No tempo em que o ser humano estava cercado quase que exclusivamente pela natureza, precisava de outras verdades diferentes das deste tempo atulhado de tecnologia e de coisas.


Assim como os mitos de outros tempos visavam ao todo, também o presente exige que o olhar se volte ao todo da existência. Immanuel Kant[28] já defendia isso há 250 anos, quando falava de cidadãos do mundo e de paz eterna. Um olhar desperto, aguçado e claro, dirigido ao mundo de hoje, solicita uma ética que não sirva apenas para sua própria cultura, mas para toda a humanidade. Essa ética deve atribuir ao indivíduo seu dever, formulado de forma sábia, e fazer com que ele abrace uma ética global, para que ele proteja as matérias da natureza – terra e ar, plantas e animais, os seres humanos e sua produção cultural –, pois seu próprio planeta é tudo o que o indivíduo pode ter.


A sabedoria é um paradoxo. Não é pensamento e nem ação; não é sentimento e nem razão; não é incerteza e nem certeza. É, sim, um princípio catalítico, que liga dois polos por sua mera presença, sem jamais se dissolver ou transformar. Como catalizador, não interfere, mas permite que as coisas aconteçam.


“Não exija que as coisas aconteçam como você quer, e sim que as coisas aconteçam como acontecem, e sua vida fluirá com leveza”[29]. Sabedoria é ter uma visão engajada e, ao mesmo tempo, serena, como a dos astronautas em órbita, que olham para a Terra e se emocionam com a imagem pacífica do planeta. Tomar essa aparência de serena paz como inspiração para buscar a convivência pacífica de toda a humanidade: isso seria sábio. Portanto, a sabedoria poderia ser definida como uma ideia para melhorar o mundo – sem acreditar tolamente que se pode salvar o mundo sozinho.


  



[1] Gregory Bateson, Passos hacia una Ecologia de la Mente (Steps to an ecology of mind 1972). Buenos Aires: Planeta-Carlos Lohlé, 1991.

[2] René Descartes, Meditationen, Hamburg: Felix Meiner Verlag; 1959.

[3] Elsa Gindler, Von ihrem Leben und Wirken, Berlin: Heinrich-Jacoby/ Elsa-Gindler-Stiftung; 2002.

[4] Heinrich Jacoby, Jenseits von “Begabt” und “Unbegabt”, Berlin: Heinrich-Jacoby/ Elsa-Gindler-Stiftung; 2011.

[5] Charles Brooks, Erleben durch die Sinne, München: DTV; 1991.

[6] Mosche Feldenkrais, Bewusstheit durch Bewegung, Frankfurt/ M.: Suhrkamp Verlag; 1982.

[7] Friedrich Alexander, Der Gebrauch des Selbst,  Basel und Freiburg: Karger Verlag; 2001.

[8] Ptahhotep foi um vizir do Antigo Egito autor de uma obra literária com máximas e conselhos sobre as relações humanas. [N.E.]

[9] Esse poema épico da Mesopotâmia é considerado o texto mais antigo escrito pelo homem. [N.E.]

[10] Parte das escrituras hindus Shruti, os Upanixades discorrem sobre meditação e filosofia. [N.E.]

[11] Uma das mais conhecidas e importantes obras da literatura chinesa, escrita entre 350 e 250 a.C. [N.E.]

[12] Salomão. Die Bibel. Die Bücher des Alten Testaments, 2) Lehrbücher 3, 4 und 5. 

[13] Matthias Vidar Saemundsson, So sprachen die Wikinger. Die authentische Havamal, Reykjavik: Gudrun Verlag; 1993.   

[14] Um dos mais antigos textos chineses que chegaram até os nossos dias, o I Ching pode ser compreendido tanto como um oráculo quanto como um livro de sabedoria. Lido em todo o mundo, inspira áreas como a religião, a psicanálise, a literatura e a arte. [N.E.]

[15] Kenji Kawakami, Chindogu oder 99 (un)sinnige Erfindungen, Köln: DuMont Reiseverlag; 1977.

[16] Platão, Nomoi, Reinbek bei Hamburg: Rowohlt Verlag; 1959.

[17] Aristóteles, Nikomachische Ethik, Hamburg: Felix Meiner Verlag; 1985.

[18] Lao Tsé, Tao-Te-King, München und Engelberg: Drei Eichenverlag; 1984, p. 68.

[19] Menzius, Den Menschen gerecht. Ein Menzius-Lesebuch, Zürich: Amman Verlag; 2010.

[20] Bruce Lipton, Intelligente Zellen. Wie Erfahrungen unsere Gene steuern, Burgrain: Koha Verlag; 2007, p. 26.

[21] Platão, Apologia de Sócrates, Reinbek bei Hamburg: Rowohlt Verlag; 1984, p. 23.

[22] Michel de Montaigne, Die Essais, Stuttgart: Reclam; 1999, p. 217.

[23] Ossip Mandelstam, Die Reise nach Armenien, Frankfurt/ M.: Suhrkamp Verlag; 1983, p. 7.

[24] O termo grego remete à não emissão de julgamentos, ou seja, o indivíduo permanece com suas opiniões em suspenso, sem aceitar ou rejeitar coisa alguma. [N.E.]

[25] Abraham H. Maslow, Motivation und Persönlichkeit, Reinbek bei Hamburg: Rowohlt Verlag; 1981.

[26] Niklas Luhmann, Die Gesellschaft der Gesellschaft Bd. II, Frankfurt/ M.: Suhrkamp Verlag; 1998.

[27] Edmund Husserl, Cartesianische Meditationen, Hamburg: Felix Meiner Verlag; 1977.

[28] Immanuel Kant, Zum ewigen Frieden, Stuttgart: Reclam; 2003.

[29] Epiktet, Handbüchlein der Moral, Stuttgart: Reclam; 2012, p. 15.





© Hajo Eickhoff 2016









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